Quase toda a gente sabe o que admiro "La Féria" .
Os seus espectáculos são sempre soberbos, cheios de criatividade e glamour que conquistam sempre os corações dos espectadores.
Pois é vem aí mais um que promete, como sempre, ser melhor que os anteriores.
Vamos assistir ao
"A Severa" que estrei já amanhã com pomba e circunstancia.
"Severa- O Musical é o novo espectáculo de Filipe La Feria que estreia no Teatro Politeama a 13 de Março, para convidados, e a 14 de Março, para o público em geral. Este domingo, 10 de Março, assistiu-se a um ‘preview’ com público presente, muito vindo do Alentejo, naquilo que se pode considerar uma ante-estreia.
Azáfama e uma ansiedade antecederam este primeiro espectáculo da Severa- O Musical. Subida a cortina e acesas as luzes eis que é feito o enquadramento do espectáculo com os dados conhecidos sobre a Severa, Maria Severa Onofriana, nascida em 1820.
Essa história que nos é cantada por Almeida Garrett, interpretado por Carlos Quintas, e que nos permite depois ir descobrindo o amor de Custódia, um mendigo da Mouraria, por Severa e recuperar as noites na Taberna da Mouraria onde fadistas, mendigos, ladrões e marginais acabavam por cruzar-se.
Se Severa e Conde de Vimioso são os destacados personagens desta história, não nos devemos desfocar de Mangerona e da Marcolina (donos da taberna), Romão (um alentejano negociador de cavalos), Malhada e Gabriel (ela uma empregada com tuberculose e ele um escravo negro), Timpanas (cocheiro mais famoso de Lisboa), D. José (amigo das noites boémias do Conde de Vimioso), Marquesa de Seide (que tem adúltero caso com o Conde) ou ainda D. Maria II (rainha de Portugal).
Um espectáculo em que Filipe La Feria serve as emoções embebidas em cantos e melodias, no qual choramos e rimos, pensamos e sonhamos, mas acima de tudo no qual nos emocionamos por mais de duas horas. Um guarda-roupa bem escolhido, cenografia eficiente, um texto bem escrito, música de elevada categoria e um elenco bem escolhido e no qual se destacam algumas interpretações. Os figurinos têm assinatura, a ouro, de José Costa Reis.
Ricardo Soler, David Gomes e Filipe Albuquerque conseguem destacar-se com extraordinárias interpretações, Anabela (A Severa) tem também momento de grande qualidade bem como Dora (Marquesa de Saíde), conseguindo assim um destaque claro num elenco que conta com Bruno Xavier, Fernando Gomes, Rui Vaz, Francisco Sobral, Yola Dinis, Cristina Oliveira, João Frizza, Paulo Miguel Ferreira, Catarina Pereira, João Albuquerque Alves, entre outros. Filipa Cardoso será, também, Severa e é grande a expectativa para a ver em palco.
Neste espectáculo ficamos a conhecer a história curta mas intensa, Severa morreu nova, da cigana e primeira cantadeira de fado mas acima de tudo de uma mulher que nunca abdicou de ser quem era, nunca esqueceu raízes e nunca trocou o estatuto pelos ideais. Ajudou, inclusive, muitas gente na Mouraria e isso é destacado neste espectáculo. Filipe La Feria recorda as tabernas, o fado nas ruas e vielas, as touradas, entre estórias de um tempo em que o glamour e o povo viviam em mundos distintos.
Os bailarinos são peça chave neste espectáculo, quer pela dinâmica quer pela qualidade apresentada em palco.
Severa é considerada a primeira cantadeira de Fado e ao tempo foi transgressora até pela postura que teve. A sua história ganhou dimensão no romance de Júlio Dantas e que chegou ao cinema por Leitão de Barros. Portanto prepara-se para regressar ao século XIX e recordar, entre outros temas, a guerra entre liberais e absolutistas num misto de romantismo e acção. E irá perceber que o Amor é o Motor do Mundo, mesmo com vários grãos colocados na engrenagem.
Vai rir com a Severa a cantar para a fidalguia e a mostrar o que é uma mulher de tamancas da Mouraria, vai rir com ela presa e vai emocionar-se com o coração dela. Filipe La Feria potenciou isso ao máximo.
O espectáculo estará em cena de quarta a sexta pelas 21:30, ao sábado pelas 17:00 e 21:30 e ao domingo pelas 17:00."
In Infocult.pt
Photos Infocult.pt
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