55 dias depois, voltamos a ter carro.
Vamos relatar o nosso acidente e que sirva de exemplo a muitas pessoas.
No dia 23 de Janeiro fomos ver o meu sobrinho que saia do Hospital de Santa Cruz para ir para o Hospital de Santana.
O parque de estacionamento do hospital estava escuro, mal iluminado.
No local destinado a ambulâncias estava uma carrinha branca com uma porta aberta e outra fechada.
Ao fazer marcha atrás o nosso carro embateu nessa carrinha mas não estava sequer perto da porta.
Saímos do carro a pensar que a origem do embate tivesse sido por fazermos marcha atrás em simultâneo.
Verificámos que não tinha sido isso e que a carrinha tinha uma plataforma aberta que saia para fora da porta e que se encontrava cerca de 2 metros fora da linha de estacionamento.
De dentro dessa carrinha saia um homem que estava a acondicionar um carro de esterilização.
Perante o insólito resolvemos chamar a PSP.
A PSP demitiu-se de tomar conta da ocorrência, chamou o outro condutor e conversou apenas com ele durante cerca de 2 minutos.
Nisto dirigem-se a nós e dizem que, perante os factos, os culpados éramos nós porque estávamos a tirar o carro do estacionamento, diante da nossa indignação foi-nos dito que uma coisa era a infracção ao código da estrada e outra diferente era o facto de sermos nós a colocar o carro em marcha, a sair de um lugar de estacionamento e que o melhor era mesmo fazer a declaração amigável.
Pedimos se nos arranjavam uma fita métrica, para conseguirmos tirar as medidas e colocarmos na declaração amigável, e disseram que não tinham.
Explicaram que quem teria de tomar conta da ocorrência seria a policia de trânsito, que nesse momento não podiam, e iriam demorar porque estava noutra ocorrência e que por outro lado o parque era privado e que por isso a polícia não anotava a ocorrência.
O parque não é privado é um parque de utilização pública, de acesso livre de encargos.
Tirámos, de imediato diversas fotos, em diversas perspectivas, que serviram de prova no processo.
Existiram diversas causas que proporcionaram o acidente
1º - O segurança do hospital não estava no seu posto de trabalho, pelo que não alertou o funcionário da empresa de transporte;
2º - O parque não tinha todas os candeeiros de iluminação acesos;
3º . Aquele lugar, onde estava a carrinha, era apenas reservado a ambulâncias, as cargas e descargas tinha um local próprio;
4º - A carrinha de transporte encontrava-se em infracção do código da estrada em diversos pontos :
a) Estacionamento indevido;
b) Cargas e descargas em local impróprio;
c) Não havia indicação de que o veículo se encontrava a realizar cargas e descargas;
d) Só havia um funcionário a realizar o trabalho e esse encontrava-se dentro da carrinha;
e) A carrinha e a plataforma não estavam assinaladas com reflectores;
f) A carrinha saía cerca de dois metros da linha delimitadora de estacionamento;
g) A plataforma da carrinha era cinzenta, não era visível pelo óculo traseiro do nosso carro;
h) A plataforma saía para fora da linha da porta em 20 cm.
Depois da polícia nos ter indicado que éramos culpados, e face a toda a injustiça a que estávamos a ser sujeitos, a falta de apoio das autoridades em tomar nota da ocorrência, resolvemos lutar e fazer um texto com todos os itens, suportados pelas fotos, que foi entregue logo no dia seguinte na nossa companhia de seguros.
O carro passou por 5 peritagens foi fotografado e medido vezes sem conta, chegaram a vir a nossa casa fazer uma das peritagens.
O arranjo orçou em cercada de 1800€.
As fotos de suporte, a forma como redigimos a ocorrência, apoiada no suporte legal no código da estrada foram determinantes para que a companhia de seguros do terceiro fizesse a assumpção da culpa.
Resumindo o relato dos facto é muito importante, o suporte fotográfico também, mas acima de tudo acreditarmos na nossa razão e fazermos tudo para a provar que a temos, mesmo que as autoridades nos digam que somos os culpados do acidente.
Afinal fizeram um julgamento superficial e apenas baseado no facto de que quem faz marcha atrás à saída de um lugar de estacionamento e embate noutro veículo é sempre culpado, ou seja nem olharam para os outros factos geradores do embate e que eram determinantes para a definição do culpado.
Esperamos que este nosso relato seja útil.
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