sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
DESINTOXICAR VS MUDAR ???
Apesar de sabermos que a perfeição é uma utopia, estou plenamente convencida que quanto maior for o grau de conhecimento e consciencialização que temos de nós próprios mais completos nos tornamos a todos os níveis e menos falhas relacionais temos.
A sociedade é composta por pessoas com diferentes vivências, culturas, sentimentos o que gera uma saudável diversidade de experiências que nos dão cor e alegria para sobreviver neste mundo imperfeito, atravessando por vezes barreiras que julgávamos intransponíveis.
Mas como referi nem tudo é perfeito. Se esta multiplicidade de sensações nos vai dando cada vez maior vontade de experienciar novas coisas, existem outras que nos dão cada vez mais vontade de fugir de novas experiências que não nos concedem boas recordações e até nos marcam com alguma mágoa.
Muitas vezes somos levados por sentimentos menos nobres em relação a pessoas que nos marcaram de forma negativa, sejam eles familiares amigos, vizinhos, colegas de trabalho, chefias, é precisamente neste patamar que nos devemos deter e analisar o que de facto aconteceu que levou à deterioração dessas relações.
Qual o nosso conceito de perfeição?
De onde parte, na realidade, a imperfeição das relações, da nossa parte, ou da parte dos outros?
Qual a origem do distúrbio relacional?
Quem é o ente da relação que necessita de ajuda profissional para ultrapassar barreiras relacionais?
Que tipo de condicionamentos minam a relação?
Em relação aos medos ... quais os mais poderosos ... ser ignorado, ser mal amado, ser humilhado, ou de regredir na carreira?
É claro que se fizermos este exercício de perguntas em direccionado para essas pessoas vamos encontrar inúmeras respostas.
E se o fizermos em relação a nós próprios?
É evidente que também as vamos encontrar. Por muita consciência que tenhamos de nós, por muito perfeitos que pensemos ou tentemos ser, se o mundo não é perfeito os seres humanos que o habitam também não o são. Aqui cabe-nos a desafiante tarefa da procura incessante da mudança pela melhoria em busca de um grau de perfeição cada vez maior. Nesta escalada para a perfeição também devemos rodear-nos de pessoas que nos ofereçam paz e estabilidade emocional, que sejam “bio” para a nossa mente, que na cristalinidade do seu olhar se veja a empatia que geramos com elas.
Esta paz irá ofertar-nos um leque de escolhas de vida mais vasto, uma visão de possibilidades e de positividade vivencial infinitas, que nos permitem enfrentar melhor as relações menos francas.
Normalmente a capear uma “grande pessoa” está um “fragilzinho”, reprimido num outro contexto da sua vida, que demonstra o seu poder maior, normalmente em terreno laboral. Inconsciente, medroso, assombrado pelo medo do desconhecido, reina com a soberba de que é detentor de toda a sabedoria vai cometendo umas atrocidades à esquerda, outras à direita, trucidando pessoas com enorme capacidade produtiva e com potencialidade de brilhar e gerar mais valias poderosas.
Este é o protótipo claro e inequívoco das pessoas tóxicas com as quais poderemos optar por ter dois tipos de atitudes. Ou pura e simplesmente as ignoramos, aí não nos podemos sentir massacrados pelas suas atitudes e a melhor forma de contornarmos a situação é construindo em nosso redor um muro de ideias positivas, ancorarmos o nosso pensamento no marco de que há uma vida fantástica para viver para além desta situação com pessoas excepcionais que estão à nossa espera, ou por outro lado adoptamos a atitude de beneméritos e trilhamos o caminho do deserto na tentativa, por vezes vã, de ajudar o próximo a mudar e a tornar-se uma pessoa mais feliz, a soltar as amarras do medo e a ficar mais liberta de espírito.
A escolha está nas nossas mãos, mas relembro que faz parte da nossa responsabilidade social pessoal desintoxicar o nosso universo relacional de pessoas tóxicas, que não trazem valor acrescido ao ambiente que sobrevivemos diariamente.
Não é nossa obrigação mudá-las, mas pode ser nossa ambição ajudá-las a consciencializarem-se para os benefícios da mudança.
A mudança está em cada um, só o próprio e por sua vontade a pode operar.
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