terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Dicionário brasileiro processado pelo significado dado à palavra 'cigano'


"O dicionário de língua portuguesa Houaiss corre o risco de ser retirado de circulação no Brasil, em função de uma acção civil pública que acusa a publicação de difundir expressões preconceituosas a respeito da etnia cigana.
"Ao ler-se num dicionário que a nomenclatura 'cigano' significa 'aquele que trapaceia, velhaco', entre outras coisas do género - ainda que deixe expresso que é uma linguagem pejorativa - fica claro o carácter discriminatório assumido pela publicação", afirma o procurador regional Cléber Eustáquio Neves, autor do processo.
A acção foi admitida pelo Ministério Público Federal (MPF) da cidade de Uberlândia, no estado de Minas Gerais, e tem como alvo a Editora Objectiva, que possui os direitos de publicação do dicionário, e o Instituto António Houaiss, responsável pelo conteúdo.
No processo, o procurador solicita a "imediata" retirada de circulação, venda e distribuição de edições do Dicionário Houaiss, que contenham as expressões consideradas preconceituosas.
Na avaliação do MPF, o significado difundido pelo dicionário colabora para "semear a intolerância étnica", o que pode ser caracterizado como crime, tendo como base a Constituição brasileira.
A acção teve início em 2009, quando um cidadão de origem cigana apresentou uma queixa junto ao Ministério Público Federal de Uberlândia.
Na altura, outros dicionários também foram questionados e o procurador responsável pelo caso determinou às editoras que as expressões pejorativas fossem suprimidas em futuras edições.
De acordo com a assessoria do MPF mineiro, as editoras Globo e Melhoramentos atenderam à recomendação, enquanto a editora Objectiva se recusou a cumpri-la.
O Instituto António Houaiss admitiu ter recebido uma notificação da Justiça de Minas Gerais em Maio de 2010, segundo eles, referente a uma publicação do dicionário "que não seria mais reimpressa".
O Instituto afirmou, em comunicado, ter escrito à Procuradoria mineira para esclarecer que a definição da palavra 'cigano' seria alterada na segunda edição do dicionário, ainda não publicada.
Os responsáveis consideram ainda que os dicionários não "criam" termos na língua, mas reflectem "como espelhos", as ocorrências da fala, sem ter a intenção de "atacar ou ferir" qualquer grupo.
"Nenhum dicionário deve ocultar empregos preconceituosos de palavras quando se vê diante deles. Nesse espelho em que nos constituímos, reflectem-se a realidade da língua e os sentimentos de seus falantes, ora com sua beleza e simpatia, ora com sua crueldade", diz a nota.
Além da retirada de circulação, o MPF pede ainda a condenação dos réus ao pagamento de uma indemnização por danos morais colectivos no valor de 200 mil reais (cerca de 87,5 mil euros).
O Dicionário Houaiss é também vendido em Portugal, onde é publicado pela editora Círculo de Leitores, em seis volumes, e pela editora Bertrand, mas o processo diz respeito apenas à edição brasileira."
in Correio da Manhã

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

ASSÉDIO MORAL - RELATOS REAIS - 4



"Quero parabenizar essa iniciativa, pois muitas vezes as pessoas que passam por isso sente-se totalmente impotentes diante dessa situação, eu mesmo, a pouco mais de 1 ano passei por um período onde todos os dias sofria de assedio moral de um gestor, não tinha um dia em que ele não menosprezasse publicamente o meu trabalho, criando uma relação totalmente temerosa,... foi um período que até para enviar um simples e-mail era uma grande dificuldade. Fui um jovem que me destaquei muito como estagiário e recebi uma oportunidade de efetivação em um outra área, fruto dos resultados que estava apresentando, fui recebido de braços abertos como Analista Trainee, vinha recebendo vários elogios pelo meu trabalho, todos da equipe se simpatizavam comigo, até que por um breve desvio, o que era no inicio um breve feedback de um gestor atento se transformou, em pouco tempo, em xingamentos e humilhações publicas, isso impactou o meu trabalho, não tinha mais confiança em minha entrega, isso foi refletindo em minha vida pessoal, perdi a alegria de acordar para trabalhar, isso foi me deprimindo, os domingos a noite eram dias horrendo pois no outro dia começaria mais uma vez a seção de massacres morais, todos os dias pensava em pedir demissão ou sonhava em ser demitido, fazia até planos quando parecia eminente uma demissão. Mas em fim consegui ser transferido de área, ufa que alívio, poder ter tranquilidade não somente de executar um bom trabalho, mas de viver. Foi o pior momento profissional que já vivenciei, recebo várias propostas de emprego, porém minha principal avaliação é sem sombra de duvidas o clima, muito mais que o dinheiro.
Bom agradeço muito pelo espaço."

FRASES SOLTAS





Há sempre uma vida maravilhosa para além da tristeza que nos tolda a alma.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

ASSÉDIO MORAL - RELATOS REAIS - 3



Isabel
Trabalhei numa empresa de importações e exportações no ano de 1990. fazia todo o trabalho de secretariado até que um dia a esposa do dono da empresa me contactou e me fez algumas perguntas estranhas.
Não respondi porque desconhecia que o Senhor tivesse uma amante.
Só lá trabalhávamos duas pessoas eu e o estafeta.
Estávamos na altura em que os telemóveis eram enormes malas que andavam a tiracolo e o Gerente tinha um. Era uma pessoa distante que só aparecia na empresa duas a 3 vezes por semana. Eu realizava todo o trabalho que ele ou o sócio me pediam e ainda alguns email para a empresa da esposo do sócio, que era uma senhora muito cordata e com quem eu gostava de trabalhar.
Dediquei-me durante cinco meses de alma e coração, até que um dia quinze minutos antes de sair a uma sexta-feira, fui despedida por telefone.
“Disseram-me que se quisesse podia sair já e que na segunda feira não precisava de me apresentar ao trabalho porque já não fazia parte dos trabalhadores da empresa.
Apressei-me a fotocopiar os documentos de marcação de férias que tinha na empresa e os documentos que comprovavam que tinha realizado funções na empresa, como cópias de faxes e documentos escritos, ainda não havia email.
Não tinha sido realizado qualquer tipo de contrato comigo ou seja o meu vinculo laboral era definitivo.
Fiquei em pânico tinha uma filha com menos de um ano e não irias ter direito a subsídio de desemprego estava a trabalhar há menos de seis meses nesta empresa.
Falei nesse mesmo dia com um advogado e foi metida uma providência cautelar que determinou e meu regresso imediato ao trabalho o que veio a acontecer menos de um mês depois da saída.
E aqui começou a verdadeira festa foi colocada no armazém quase em luz num local cheio de pó a trabalhar numa mesa quase sem espaço num computador obsoleto com um ecrã avariado a piscar verde fósforo. Sentada numa cadeira sem uma roda com as costas partidas e ao lado dos contentores do lixo.
O trabalho que me foi atribuído nem sequer fazia parte de qualquer trabalho que dignamente pudesse ser feito por qualquer trabalhador de uma empresa.
Passar listas telefónicas debaixo para cima e do fim para o principio.
À hora de almoço já estava numa cabine telefónica a falar com o meu advogado e a comprar uma caixa de disketes e uma máquina fotográfica descartável com flash.
Antes do fim do horário de trabalho já tinha fotografado o novo local de trabalho na integra, o ecrã do computador e tinha gravado o trabalho realizado em word ou excel já não me recordo bem para servir de prova. A minha rapidez foi a minha sorte porque no dia a seguir já não tinha drive de disketes e já não poderia ficar com nenhuma prova. Não tinha impressora, nem telefone.
A nova secretária do gerente era nem mais nem menos que a sua amante.
Com segui também fotografar o antigo local de trabalho numa fracção de segundo enquanto o estafeta estava ausente e me apercebi que a secretária se tinha ausentado para ir à casa de banho. Claro que não aguentei a pressão, despedi-me com justa causa , injustamente não consegui o subsídio de desemprego, apesar de ter interposto acção judicial que ganhei e onde até me foi atribuído um valor de indemnização por danos morais.
O Juiz soube julgar o problema e até escreveu na sentença “não é de homem, muito menos de um licenciado atitudes indignas e antiéticas como estas" " e fez-se justiça"

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

ASSÉDIO MORAL - RELATOS REAIS - 2

"Eu sou contabilista e queriam que assinasse documentação falseada, que me recusei, porque também tenho as minhas responsabilidades éticas e juridicas.
Hoje, estou de baixa há um ano e vou ter de regressar, em meados de Outubro, porque a Junta Médica assim o ordenou, não percebendo a realidade, a dimensão do meu problema e o estado depressivo em que estou.

Não me sinto com mais vontade de regressar ao trabalho: sinto exaustão emocional, desmotivação total profissional, irritabilidade, desvalorição profissionalmente, deixei de sentir que faço parte da empresa, até porque agora não passo de um simples administrativo de call center, porque deixei de ser contabilista e passei a atender telefones.
Ao longo deste ano ninguém me contactou para perguntar como me encontro apesar de toda a gente ter presenciado as enormes agressões que me fizerem ao longo de três meses e que me marcaram para o resto da vida.
Sei que fizeram tudo para me forçar indiretamente a pedir demissão. Mas este é o meio como pago as minhas contas, como sustento a minha familia.
Não tenho estado parado ao longo deste ano, tenho respondido a muitos anuncios de emprego, sou TOC com formação actualizadissima, mas, os meus 54 anos de idade já me ditaram uma reforma forçada.

Se eu me despedir nem a subsídio de desemprego tenho direito, é uma verdadeira injustiça.
Mas agora também vivo numa grande injustiça a da falta de compreensão social, onde muita gente diz que estou de férias e que quero receber o dinheiro da baixa e estar sem trabalhar.

É mentira eu quero trabalhar não tenho é protecção para poder continuar.
A minha única solução é regressar e começar calmamente a reunir provas para meter uma acção judicial.

Já tenho um advogado que me está a aconselhar e vou-me sindicalizar, apenas para impor respeito.

Que Deus me ajude.”

Já fomos novamente contactados telefonicamente por este amigo que está novamente de baixa desde o início de 2012. Fez um período de internamento de duas semanas, onde realizou uma cura de sono, e vai novamente a junta médica no início de Março, que poderá ditar o seu regresso ao local de trabalho.

Quanto a provas apenas conseguiu reunir algumas fotografias do local de trabalho, umas gravações telefónicas da sua voz, e algumas cópias de instruções de trabalho que comprovam que nada têm a ver com a sua categoria profissional, mas que não são grandes documentos de prova em termos jurídicos.

A Importância de um Organograma nas Empresas



"As clássicas definições sobre o que é um “organograma”, muitas vezes se resumem na proposta de organizar e distribuir as responsabilidades e os limites de autoridade, entre os diversos níveis hierárquicos da Empresa.

Mas, na realidade, esta importante decisão estratégica vai mais além.

Vamos imaginar as empresas com perfil familiar, aquelas em que existe um “dono” ou sócios que atuam diretamente na atividade. Nestes casos, a definição de um Organograma é mais complexa, pois além de estabelecer o papel dos funcionários é necessário fixar as responsabilidades e o campo de atuação dos sócios.

Normalmente, o Organograma é um importante estágio de profissionalização e organização da estrutura da empresa. E, obrigatoriamente, exige atitudes de delegação de poderes, definição das liberdades e responsabilidades de cada Diretor, Gerente, Supervisor ou outros profissionais que terão sob o seu comando “pessoas”. Este é o ponto que a definição precisa possuir conceitos claros.

Os “donos” ou “sócios” não devem usar de forma ostensiva e contínua, a prerrogativa do “BY PASS” que os habilita atravessar todos os níveis hierárquicos para resolver alguma questão porque são os “donos” da Empresa.

Implementar um Organograma significa respeitar as pessoas e posições que nele foram inseridos e, portanto, cobrar os desvios e resultados destes mesmos profissionais.

O “BY PASS” é um sinônimo de “cassação temporária” dos atributos do gestor que está acima da pessoa que foi abordada. Por exemplo, o Contador da empresa está subordinado a um Gerente Administrativo que por sua vez está vinculado ao Diretor Administrativo-Financeiro.

No fechamento do mês, o “dono” achou que os resultados apresentados não estão claros e determinou diretamente ao Contador alterações no balanço. Este é um “BY PASS” que comprometeu o Organograma nos 2 níveis que existem acima do profissional abordado.

A disciplina e a conscientização de todas as pessoas que figuram no Organograma são fundamentais para a validação e estabilização da estrutura orgânica da Empresa.


Assim seguem algumas recomendações para você implantar um Organograma com sucesso na sua Empresa:

a) Obtenha, dos sócios da Empresa, a definição clara e formal da estratégica do negócio (Core Business) e no máximo três objetivos principais que devem ser alcançados. Longas listas de objetivos passam a ser inócuas.

b) Consiga que o primeiro nível ligado diretamente aos sócios, possa realizar algumas reuniões em conjunto, sem a presença deles, para estudar e apresentar como enxergam a adequada operação da Empresa para atingir estes resultados.

c) Aprovada a linha de operação, você terá o embrião do organograma. Reúna o grupo de profissionais diretamente vinculados a este primeiro nível. Eles contribuirão com a visão operacional e as necessidades que devem ser supridas para o adequado funcionamento da Empresa.

d) Pronto, seu organograma está tomando forma. Ajuste detalhes, troca de subordinação entre as áreas, quais são os fatores críticos de sucesso e seu Organograma está finalizado."


Gabriel Eigner

Diretor da Engenharia das Vendas

www.engenhariadasvendas.com.br

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

ASSÉDIO MORAL - RELATOS REAIS - 1


"Sempre fui boa profissional.
Orgulho-me de ter trazido cartas de recomendação de todos os sítios por onde passei, com reconhecimento da minha responsabilidade, empenho, dinamismo e pela excelente capacidade de integração nas equipas com as quais trabalhei.
Quando fui seleccionada para um grande grupo multinacional altamente prestigiado, tinha a certeza de que era a profissional certa para aquele desafio.
Estava decidida a dar tudo por tudo para mostrar as minhas competências e transformar o contrato de trabalho temporário com que entrei, em algo mais estável.
No entanto, a minha passagem por aquela empresa contrariou todas as minhas expectativas logo desde o primeiro dia.
Integrei uma equipa pequena, com algumas técnicas séniores, e uma directora - todas absolutamente intragáveis.
Posso dizer que não tive acolhimento ou integração - cheguei e comecei a trabalhar. Iam-me delegando tarefas, sempre com muito pouca preocupação em explicar o que quer que fosse. Quando procurava perguntar ou pedir ajuda, recebia respostas tortas, vagas, ou mesmo resposta nenhuma. De início estava optimista, e fiz os esforços possíveis por me adaptar às tarefas mesmo assim.
Contudo, quando alguns inevitáveis pequenos erros surgiam, era repreendida, numa severidade totalmente desproporcional à gravidade do erro cometido.
A minha chefe - a directora do Departamento - nunca emitiu um parecer justo e objectivo sobre o meu desempenho: limitava-se a reproduzir aquilo que as minhas colegas lhe diziam sobre mim. Com frequência, as minhas colegas cometiam erros no seu trabalho e acusavam-me a mim. Quando eu era confrontada pela minha chefe e me tentava defender, ela simplesmente cortava-me a palavra: "Estás aqui para ser repreendida e não para argumentares".
O meu dia-a-dia naquele departamento veio-se a revelar um verdadeiro pesadelo: todos os dias era repreendida e humilhada pelo que quer que fosse; muitas vezes à frente de outras pessoas. Quando me limitava a executar as tarefas que me eram pedidas, era acusada de ser pouco proactiva; se procurasse ser proactiva era-me dito que não estava ali para fazer mais do que o que me era pedido.
Se perguntasse como deveria fazer uma tarefa, admoestavam-me para que procurasse descobri-lo sozinha; se fizesse sem perguntar era chamada de irresponsável.
Com frequência, delegavam-me tarefas complexas a minutos da hora de saída, e diziam-me que deveriam estar prontas na manhã do dia seguinte.
Nunca me foi paga um única hora extra.
Quando procurava participar numa conversa mais informal que surgia a meio do expediente, mandavam-me voltar a trabalhar. Quando tinha a iniciativa de iniciar qualquer conversa para desanuviar um dia mais pesado, também. E, simultaneamente, era acusada de ser distante e não participar das interacções da equipa...
Comecei a desejar constantemente os fins-de-semana.
Ao Sábado abstraía-me de tudo o que era a minha realidade profissional; ao Domingo à noite chorava por ter de regressar no dia seguinte. À medida que os meses foram passando, a minha condição psicológica foi-se agravando: vivia para os fins-de-semana, mas já não os aproveitava - ao Domingo de manhã já chorava antecipando a semana que estaria para começar.
Comecei a ter insónias, inicialmente uma vez por outra; mais tarde, todas as noites. Passei a depender de comprimidos para dormir. Num dia de maior desespero, cheguei a implorar ao meu marido que me partisse qualquer coisa, para que eu fosse para o hospital e não tivesse de ir trabalhar no dia seguinte...
Por fim, numa consulta com a médica de família, cheguei à conclusão de que não poderia continuar a fazer tudo aquilo a mim mesma.
A empresa não me merecia, e eu não merecia o mal que estava a fazer à minha saúde. Apesar da grande crise que o país atravessa, decidi demitir-me.
Não foi uma decisão fácil, mas não me arrependo. Hoje estou desempregada, mas sinto que um peso me foi tirado de cima, e consigo dormir todas as noites sem ansiolíticos.
Contudo, infelizmente, esta experiência deixou sequelas - pelo caminho, sinto que perdi parte da minha auto-estima e confiança. Hoje em dia, quando vou a uma entrevista, sinto-me muito insegura : "Será que estou à altura do desafio?", "E seu eu falhar?", "Serei realmente competente?".
Por outro lado, ainda não consegui encontrar a melhor forma de explicar em entrevista o motivo da minha demissão: como posso fazê-lo sem denegrir a imagem da empresa onde trabalhei (o que fica extremamente mal ao candidato), e sem que fiquem reticentes quanto à minha competência, ou à minha capacidade de adaptação?
Saudações cordiais para todos e uma particular palavra de compreensão para aqueles que são vítimas deste fenómeno devastador."

RELATOS DE ASSÉDIO MORAL



Hoje vou iniciar uma nova rubrica no nosso blog, dando assim alma e voz a quem sofre de assédio moral.






Vou passar a publicar, garantindo o anonimato, todos os relatos de que nos vão chegando por intermédio do email, assediomoraldenuncia@gmail.com, desde que nos sejam autorizados pelo próprio.






Espero que divulgem, precisamos de consciencializar a sociedade para este flagelo que configura um crime punível, mas pouco perceptível.






sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

ANTES DA IDADE MAIOR HÁ MUITO PARA OFERECER

A ternura dos 40 é aquela fase maravilhosa da vida em que nada nos perturba adquirimos uma certa estabilidade, mas temos o bichinho da inovação a percorrer-nos o espírito e a desencadear o engenho e a aguçar a criatividade.
É uma fase engraçada da vida, em que somos algo maduros mas ainda assim existe um meio termo em que nos sentimos muito jovens para realizarmos os nossos sonhos, sem cometermos algumas “leviandades”, humm e curiosos para despoletarmos a irreverência que está escondida dentro de nós, tal como a que palpita efervescentemente no coração dos nossos filhos.
É uma espécie de ainda sou jovem…ok …gosto de ir a discotecas e festas ok… de acompanhar os meus filhos nas farras, de vez em quando, mas posso dar-lhe aqueles conselhos de amigo ou amiga que só um pai ou uma mãe podem dar, mas nada de me chamarem “cota”.
Nesta fase em que vamos percorrendo aquele caminho que nos leva à nostalgia futura das recordações da “maior idade”, sentimos que ainda temos uma enormidade de frutos para fazer brotar da nossa árvore de vida.
Mas curiosamente é nesta boa fase em que emocionalmente já conseguimos adquirir um certo controlo emocional, porque já passamos por inúmeras experiências de vida que nos fizeram crescer e vivenciar os bons e os menos bons momentos da vida, que profissionalmente nos questionamos tantas vezes porquê?
Porque é que o Estado nos oferece cada vez maior esperança de vida, cada vez mais idade para chegar à reforma?
Porque é que as empresas nos oferecem uma reforma antecipada aos 35 ou 40 anos?
Porque é que o mercado de trabalho nos “arruma no sótão dos monos velhos” aos 35 ou 40 anos?
Porque é que somos considerados obsoletos com uma enorme experiência de vida?
Porque é que somos considerados desactualizados com uma vasto leque de conhecimento profissional?
Porque é que somos colocados na “prateleira quando temos tanto para ensinar?
Porque é que ninguém nos entrevista quando temos uma panóplia enorme de cursos de formação actualizados e força de vontade para continuar a aprender cada vez mais?
Por acaso
Já alguém indagou os custos de formação que se rentabilizam ao contratar um colaborador com este potencial?
Já alguém percebeu a estabilidade emocional de um colaborador que está na ternura dos 40?
Já alguém se preocupou em avaliar a sua vontade de dar o seu melhor, de vestir a camisola, de agarrar a oportunidade com garra, fé e confiança?
Já alguém avaliou a vontade que tem uma pessoa, nesta faixa etária de deixar a sua marca, o seu cunho, de uma forma exímia e perfeita naquilo que realiza?
Já alguém percebeu o prazer que existe nesta faixa etária em aprender… e em ensinar?
Estas são questões que, muitas vezes, nos angustiam e roubam o brilho do nosso olhar, porque afectam inúmeras pessoas que se encontram no desemprego e, apesar de serem muito qualificadas, quer do ponto de vista profissional, quer do ponto de vista académico, não conseguem obter colocação profissional.
Legalmente, em Portugal não é possível praticar este tipo de discriminação, mas, de facto, este é um flagelo que continua a pulular pelo tecido empresarial português e é praticado diariamente sem qualquer fiscalização.
Ouvimos assiduamente relatos de algumas pessoas que tiveram carreiras de sucesso, foram brilhantes colaboradores de empresas e em que o factor idade levou a que acabassem a sua carreira com uma enorme cicatriz emocional a que a sociedade actual não sabe ou não quer dar resposta.
Hoje somos actores num espectáculo empresarial que dá mais valor a quadros amadores menos preparados e menos onerosos, não contando que a formação inicial, a sua adaptação ao local de trabalho, a sua ambição profissional, a sua licita vontade de progressão na carreira por vezes leva a que a taxa de rotatividade seja brutal e acabe por não justificar o baixo custo encapotado do investimento.
Todos temos direitos e deveres no mundo do trabalho. Temos direito o trabalho, com justa remuneração, temos direito á aprendizagem, à progressão justificada na nossa carreira e à nossa reforma no seu tempo certo sem antecipações e cicatrizes.
Os jovens de hoje serão os eternos reformados/desempregados de amanhã que com 40 anos não têm emprego ou não conseguem qualquer colocação. Que tipo de sociedade estamos a criar?
Será que no paradigma actual de mudança em que estamos a operar em Portugal esta não seria uma realidade onde deveríamos actuar, com vista a uma sustentabilidade futura do Estado?
Há que mudar mentalidades, nem tudo o que parece é, muitas vezes a rentabilização não se espelha num cenário de poupança no imediato.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

AUTO-ESTIMA


"Se um dia alguém fizer com que se quebre
a visão bonita que você tem de si,
com muita paciência e amor reconstrua-a.
Assim como o artesão
recupera a sua peça mais valiosa que caiu no chão,
sem duvidar de que aquela é a tarefa mais importante,
você é a sua criação mais valiosa.
Não olhe para trás.
Não olhe para os lados.
Olhe somente para dentro,
para bem dentro de você
e faça dali o seu lugar de descanso,
conforto e recomposição.
Crie este universo agradável para si.
O mundo agradecerá o seu trabalho."
Brahma Kumaris