quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

ASSÉDIO MORAL - RELATOS REAIS - 2

"Eu sou contabilista e queriam que assinasse documentação falseada, que me recusei, porque também tenho as minhas responsabilidades éticas e juridicas.
Hoje, estou de baixa há um ano e vou ter de regressar, em meados de Outubro, porque a Junta Médica assim o ordenou, não percebendo a realidade, a dimensão do meu problema e o estado depressivo em que estou.

Não me sinto com mais vontade de regressar ao trabalho: sinto exaustão emocional, desmotivação total profissional, irritabilidade, desvalorição profissionalmente, deixei de sentir que faço parte da empresa, até porque agora não passo de um simples administrativo de call center, porque deixei de ser contabilista e passei a atender telefones.
Ao longo deste ano ninguém me contactou para perguntar como me encontro apesar de toda a gente ter presenciado as enormes agressões que me fizerem ao longo de três meses e que me marcaram para o resto da vida.
Sei que fizeram tudo para me forçar indiretamente a pedir demissão. Mas este é o meio como pago as minhas contas, como sustento a minha familia.
Não tenho estado parado ao longo deste ano, tenho respondido a muitos anuncios de emprego, sou TOC com formação actualizadissima, mas, os meus 54 anos de idade já me ditaram uma reforma forçada.

Se eu me despedir nem a subsídio de desemprego tenho direito, é uma verdadeira injustiça.
Mas agora também vivo numa grande injustiça a da falta de compreensão social, onde muita gente diz que estou de férias e que quero receber o dinheiro da baixa e estar sem trabalhar.

É mentira eu quero trabalhar não tenho é protecção para poder continuar.
A minha única solução é regressar e começar calmamente a reunir provas para meter uma acção judicial.

Já tenho um advogado que me está a aconselhar e vou-me sindicalizar, apenas para impor respeito.

Que Deus me ajude.”

Já fomos novamente contactados telefonicamente por este amigo que está novamente de baixa desde o início de 2012. Fez um período de internamento de duas semanas, onde realizou uma cura de sono, e vai novamente a junta médica no início de Março, que poderá ditar o seu regresso ao local de trabalho.

Quanto a provas apenas conseguiu reunir algumas fotografias do local de trabalho, umas gravações telefónicas da sua voz, e algumas cópias de instruções de trabalho que comprovam que nada têm a ver com a sua categoria profissional, mas que não são grandes documentos de prova em termos jurídicos.

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