sábado, 26 de julho de 2014

A NOVA TAP

A nova TAP
Que TAP é esta que desconhecemos.

Sim desconhecemos.

Estamos habituados aquela companhia segura, de confiança, sem acidentes (que com a protecção de Deus ainda não aconteceram, graças à eficácia e sangue frio dos pilotos) mas o que é um facto é que nos últimos tempos ouvimos falar de uma outra companhia, por sinal com o mesmo nome, com a mesma nacionalidade, com a mesma sigla, com o mesmo logótipo.
Essa nova TAP tem sido notícia por todo o lado com aterragens de emergência, horas a sobrevoar o mar para eliminar combustível, explosão de reactores, cancelamento consecutivo e extraordinário de voos, avarias técnicas , atrasos gigantes.

Não, não quero a TAP que voa nos NOS  AIR RACE e que faz um show para valorizar um evento com muita projecção mas com baixo valor de visibilidade e qualidade.

O que nos terá custado, a nós contribuintes o contributo da TAP para esse evento?

Tudo custos adicionais que não abonam nada a favor da rentabilização de meios para que as manutenções periódicas dos aviões sejam efectuadas.

Quero uma companhia aérea nacional de confiança que não desmarque quase 14 ou mais voos por dia alegando falta de pessoal quando o verdadeiro motivo é a falta de manutenção e de confiança nos meios que nos levam às nuvens.

Não preciso de uma companhia que insere novas rotas no seu portfolio mas não tem capacidade de resposta.

Quero uma companhia sem escassez de meios de intervenção técnica, sem falta de aviões camuflada com o nome de falta de funcionários para poder operar em condições.

Quero uma companhia que cumpra em condições o contrato de viagem que faz com os passageiros e lhes proporcione uma refeição condigna.

A TAP tem pessoal e excelência, quer pilotos, quer tripulantes, conheço alguns.

Este capital humano de excelência não merece arriscar de forma brutal, todos os dias, a sua vida em nome de uma companhia que não tem como preocupação fundamental a criação de condições de segurança reforçada tanto os seus trabalhadores como para os clientes que todos os dias a procuram para viajar.

O pessoal fantástico da TAP tudo faz para nos criar boas experiências que são o primeiro passo para a repetição de novas viagens, aquelas que contribuem para a estabilidade financeira da empresa.

Com as condições de insegurança que todos começamos a sentir, agora, depois de tantos incidentes de forma diferente,  é provável que queiramos ter boas experiências noutras companhias que nos pareçam mais respeitadoras do pessoal e dos clientes.

Há muito, muito tempo que ouço falar que a TAP tem de ser privatizada, e etecetera  e tal, será que a descida dos índices de qualidade e segurança fazem parte dessa estratégia de privatização para que o seu valor de mercado se torne mais apetecível para algum amigo?

A TAP tem sido uma boa companhia que forma pilotos e pessoal de bordo com qualidade excepcional e a prova é que são posteriormente recrutados por outros operadores aéreos, que lhes oferecem melhores condições de trabalho e remuneratórias, isso custa muito caro ao Estado Português.

A acrescer a estas condições aparece agora o factor de segurança que ameaça os trabalhadores, sendo que para o cliente a desculpa é sempre a mesma com a chegada dos períodos de pico há escassez de pessoal e de equipamento.

Mentiras e mais mentiras, comunicação enganosa para camuflar a falta de segurança e manutenção da frota, sector onde a escassez de meios humanos é cada vez mais falada.

Nos últimos meses a situação é incompreensivelmente agravada e diariamente ouvimos falar da TAP e não pelos melhores motivos.

Se esta é uma marca nacional de referência qual o porquê deste agravado e persistente desleixo que deixa mal a marca e Portugal?

A delapidação do valor da marca da companhia aérea nacional está a ser feita em nome de quem?

Com o interesse de quem ou de que grupo ou grupos?

Qual a justificação plausível para, dia a dia, estarmos a tomar consciência de que viajar na TAP é cada vez menos sinal de segurança?

Já me alertaram para o facto de que no enredo de uma das novelas da noite foi oportunamente integrada uma cena que tem precisamente a ver com a falta de manutenção de frota aérea e para as reais consequências desses actos, embora de uma forma branda. Afinal há gente atenta…

Será que vamos continuar a calar-nos perante todas estas evidências, perante todas as chamadas de atenção que nos são feitas.

Oh povo de brandos costumes.

Acordem, por favor… estão vidas em causa, que podem ser as nossas quando, estamos a cumprir as nossas obrigações profissionais ou simplesmente, vamos de férias para um sítio mais longínquo, ou as dos nossos amigos e familiares.




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