A nova TAP
Que TAP é esta que desconhecemos.
Sim desconhecemos.
Estamos habituados aquela companhia
segura, de confiança, sem acidentes (que com a protecção de Deus ainda não aconteceram, graças à eficácia e sangue frio dos pilotos) mas o que é um facto é que nos
últimos tempos ouvimos falar de uma outra companhia, por sinal com o mesmo
nome, com a mesma nacionalidade, com a mesma sigla, com o mesmo logótipo.
Essa nova TAP tem sido notícia por todo
o lado com aterragens de emergência, horas a sobrevoar o mar para eliminar
combustível, explosão de reactores, cancelamento consecutivo e extraordinário
de voos, avarias técnicas , atrasos gigantes.
Não, não quero a TAP que voa nos
NOS AIR RACE e que faz um show para
valorizar um evento com muita projecção mas com baixo valor de visibilidade e
qualidade.
O que nos terá custado, a nós contribuintes
o contributo da TAP para esse evento?
Tudo custos adicionais que não abonam
nada a favor da rentabilização de meios para que as manutenções periódicas dos
aviões sejam efectuadas.
Quero uma companhia aérea nacional de
confiança que não desmarque quase 14 ou mais voos por dia alegando falta de
pessoal quando o verdadeiro motivo é a falta de manutenção e de confiança nos meios
que nos levam às nuvens.
Não preciso de uma companhia que insere
novas rotas no seu portfolio mas não tem capacidade de resposta.
Quero uma companhia sem escassez de meios
de intervenção técnica, sem falta de aviões camuflada com o nome de falta de
funcionários para poder operar em condições.
Quero uma companhia que cumpra em
condições o contrato de viagem que faz com os passageiros e lhes proporcione
uma refeição condigna.
A TAP tem pessoal e excelência, quer
pilotos, quer tripulantes, conheço alguns.
Este capital humano de excelência não
merece arriscar de forma brutal, todos os dias, a sua vida em nome de uma
companhia que não tem como preocupação fundamental a criação de condições de
segurança reforçada tanto os seus trabalhadores como para os clientes que todos
os dias a procuram para viajar.
O pessoal fantástico da TAP tudo faz
para nos criar boas experiências que são o primeiro passo para a repetição de
novas viagens, aquelas que contribuem para a estabilidade financeira da empresa.
Com as condições de insegurança que
todos começamos a sentir, agora, depois de tantos incidentes de forma
diferente, é provável que queiramos ter
boas experiências noutras companhias que nos pareçam mais respeitadoras do
pessoal e dos clientes.
Há muito, muito tempo que ouço falar que
a TAP tem de ser privatizada, e etecetera e tal, será que a descida dos índices de
qualidade e segurança fazem parte dessa estratégia de privatização para que o
seu valor de mercado se torne mais apetecível para algum amigo?
A TAP tem sido uma boa companhia que
forma pilotos e pessoal de bordo com qualidade excepcional e a prova é que são
posteriormente recrutados por outros operadores aéreos, que lhes oferecem
melhores condições de trabalho e remuneratórias, isso custa muito caro ao Estado
Português.
A acrescer a estas condições aparece
agora o factor de segurança que ameaça os trabalhadores, sendo que para o
cliente a desculpa é sempre a mesma com a chegada dos períodos de pico há escassez
de pessoal e de equipamento.
Mentiras e mais mentiras, comunicação
enganosa para camuflar a falta de segurança e manutenção da frota, sector onde
a escassez de meios humanos é cada vez mais falada.
Nos últimos meses a situação é
incompreensivelmente agravada e diariamente ouvimos falar da TAP e não pelos
melhores motivos.
Se esta é uma marca nacional de
referência qual o porquê deste agravado e persistente desleixo que deixa mal a
marca e Portugal?
A delapidação do valor da marca da
companhia aérea nacional está a ser feita em nome de quem?
Com o interesse de quem ou de que grupo
ou grupos?
Qual a justificação plausível para, dia
a dia, estarmos a tomar consciência de que viajar na TAP é cada vez menos sinal
de segurança?
Já me alertaram para o facto de que no
enredo de uma das novelas da noite foi oportunamente integrada uma cena que tem
precisamente a ver com a falta de manutenção de frota aérea e para as reais
consequências desses actos, embora de uma forma branda. Afinal há gente atenta…
Será que vamos continuar a calar-nos
perante todas estas evidências, perante todas as chamadas de atenção que nos
são feitas.
Oh povo de brandos costumes.
Acordem, por favor… estão vidas em
causa, que podem ser as nossas quando, estamos a cumprir as nossas obrigações
profissionais ou simplesmente, vamos de férias para um sítio mais longínquo, ou
as dos nossos amigos e familiares.
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