domingo, 13 de janeiro de 2019

A CURANDEIRA DE HENRIQUE MOREIRA

A Curandeira é uma magnífica peça de teatro de Henrique Moreira.
Esteve em cena no Centro Cultural da Malaposta.
Cinco estrelas.
"Chamam-na de Curandeira porque conserta coisas partidas, endireita coisas tortas e cuida de coisas descuidadas.

Com
Daniela Sousa Santos,
Danilo Bethon,
João Duarte e
Susana Rodrigues"

O Centro Cultural da Malaposta é um espaço muito agradável conheçam um pouco da sua história e fiquem atentos à programação

O edifício onde funciona o Centro Cultural da Malaposta foi mandado construir pela Câmara Municipal dos Olivais no ano de 1873, numa propriedade denominada 'Quinta do Senhor Roubado ou do Painel das Almas', entre as estradas de Loures e a que segue para Odivelas.

Todo o complexo onde funcionam os serviços da Malaposta, pertenceu a um edifício anterior, construído com outros fins.

Não era um projeto de raiz, mas a recuperação de um vetusto edifício, que nasceu para ser estação da mala-posta e acabou como matadouro municipal, no decorrer de 1855/1856, foi construída a posta de Casal dos Carreiros.

O nosso edifício, foi transformado em matadouro municipal... Presumivelmente, alterando a sua imagem arquitetónica original, da qual ainda se pode reconhecer a traça.

Os factos não confirmam as afirmações que se têm feito sobre a Malaposta de Loures, porque o transporte era feito de barco pelo rio Tejo até ao Carregado e daqui é que partia a diligência ou mala-posta, que levava o correio e os passageiros até Coimbra. 

Em 1856 foi inaugurado o caminho-de-ferro e a viagem passou a fazer-se de Comboio até ao Carregado. O comboio substituiu o barco. Não é provável que aqui tenha existido uma estação de muda de cavalos, uma vez que o percurso da mala-posta não era por aqui.

No livro número dez das atas das reuniões da Câmara dos Olivais, pode ler-se, na ata da sessão de onze de Dezembro de 1873, o seguinte: «Apresentou-se João Alfredo Azevedo como procurador do Excelentíssimo António Maria de Brito Pereira Pinto Guedes Pacheco, competentemente autorizado para tratar com a Câmara, sobre o preço de expropriação de 2.600 metros de terreno da Quinta do Senhor Roubado, ou Painel das Almas, que são precisos, para a construção de um matadouro municipal: com a cláusula de que caso não seja levada a efeito a obra projetada, tornar a ser-lhe entregue o dito terreno, restituindo-lhe ele a quantia que tiver recebido, o que foi aceite pela Câmara».

Esta afirmação deixa bem claro que o edifício do matadouro foi feito de raiz e não foi reconstrução de qualquer obra que ali tivesse existido anteriormente. A 27 do mesmo mês e ano, é passada, pelo Governo Civil a licença de construção, nos termos seguintes: 
«... Faço saber que havendo a Câmara Municipal do concelho dos Olivais requerido licença para, na conformidade do decreto de 21 Outubro de 1863, fundar um matadouro municipal na quinta denominada = Painel das Almas = no sítio do Senhor Roubado (...);»

As normas de funcionamento e todas as regras que dizem respeito a este matadouro, podem ser confirmadas consultando os documentos depositados no Arquivo Municipal de Loures.

O matadouro era uma construção com qualidade – no projeto e na execução.

A sua conceção tinha um objetivo nobre – a saúde pública. 

Na década de sessenta do século vinte, depois de prestar um bom serviço aos munícipes dos Olivais e de Loures, foi desativado e ficou ao abandono.
Um novo destino – sede de um projeto cultural inédito. No dia 8 de Julho de 1987, no Museu Municipal de Loures, instalado na Casa do Adro à Rua Fria, os Presidentes das Câmaras Municipais da Amadora, Loures, Sobral de Monte Agraço e Vila Franca de Xira, afirmaram a decisão de criar um organismo intermunicipal que seria um Centro Dramático com o objetivo de prestar às populações dos quatro concelhos, serviços culturais nas áreas do teatro e animação cultural.

Seria o primeiro Centro Dramático criado em Portugal. Funcionaria como um serviço público de caráter cultural/artístico.

A animação cultural incluía, para além do teatro, as artes plásticas, o cinema, a dança, a literatura, a poesia, a música.

Para levar a efeito este projeto, foi nomeada uma Comissão Instaladora constituída pelo Vereador do pelouro da cultura da Câmara Municipal de Loures, António Marques Ribeiro, pelos encenadores José Martins e José Peixoto e pelo cenógrafo Mário Alberto.

No dia 6 de Janeiro de 1988 foi constituída pelas Câmaras da Amadora, Loures, Sobral de Monte Agraço e Vila Franca de Xira, a Associação de Municípios para a Área Sociocultural, a Amascultura.

Em Maio seguinte criou-se o Centro Dramático Intermunicipal Almeida Garrett.

Era necessário um espaço onde pudesse funcionar este Centro Dramático. A escolha recaiu no velho edifício do matadouro desativado há anos. Tinha área suficiente, estava bem situado e era propriedade da Câmara Municipal de Loures, que prontamente o disponibilizou.Só havia um obstáculo: encontrava-se muito degradado e, além de obras de restauro, precisava também de ser adaptado a uma casa de artes do espetáculo. Estava decidido e as obras iniciaram-se.

Em Outubro de 1989 o edifício era inaugurado com a apresentação da peça "O Render dos Heróis", de José Cardoso Pires. Até hoje nunca mais as suas portas se fecharam.

Aqui decorrem espetáculos de teatro e de dança; aqui se realizam concertos; aqui ouvimos poetas; aqui se fazem exposições; aqui se oferece cinema; aqui se debatem ideias e teorias; aqui acontece arte e cultura, porque a Malaposta é uma casa de cultura, e continua a ser uma casa com arte.

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