Sr. Primeiro Ministro explique a Portugal como é que
depois de tantas queixas, depois de tantas mortes e depois de tantos e tantos
casos que nem foi efectuada qualquer queixa ou qualquer referência, mas que
sabemos que existem, que são reais, ainda se permite deixar, que a sua Ministra
da Presidência, Mariana Vieira da Silva, faça o lançamento de um Dia Nacional de Luta Contra a Violência Doméstica?
Como é que a Assembleia da República, já na 5ª feira, 28 de Fevereiro, vai votar a aprovação do dia e pela alteração da lei ainda nada se fez, já percebi este ano temos eleições e urge assinalar já o 7 de Março de 2019.
Como é que a Assembleia da República, já na 5ª feira, 28 de Fevereiro, vai votar a aprovação do dia e pela alteração da lei ainda nada se fez, já percebi este ano temos eleições e urge assinalar já o 7 de Março de 2019.
Inacreditável o carácter de eleitoralismo desta medida.
Será que pensam que estamos adormecidos a pensar no horror
que passam todas as vitimas deste flagelo?
Não, não, estamos definitivamente a dormir e garanto-lhe que
esta medida vai gerar controvérsia.
Haja algum decoro, haja um pingo de humanidade, mas verdadeira,
não aquela que serve apenas para fazer de conta que existe uma preocupação real
com o problema.
Não precisamos do dia 7 de Março para nos lembrarmos que a violência
doméstica está, aqui e ali, a despontar em cada porta porque, para o Estado, continua
a ser um “fait divers”, um não crime para a lei, para a Justiça, para alguns juízes.
Há coisas imperiosas que se devem tratar antes dos dias 7 de
Março que virão por aí, enquanto não se tratar do principal não vale a pena ir
ao acessório.
Há que tratar de alterar a lei e as mentalidades, destacar e
preparar a polícia, assistentes sociais e psicólogos, definir regras básicas
para se julgarem casos desta índole, educar juízes de forma a que ouçam as vítimas
e não as julguem, tirar de casa o agressor e deixar no seu lar os agredidos, aumentar
as penas, criar mecanismos de protecção das vítimas. Ainda há tanto para fazer.
Não são precisos dias para nos lembrarmos do problema que
assalta de forma violenta, quase diariamente, a nossa casa, por intermédio das
notícias.
A não ser que a designação deste dia sirva para o Estado se
lembrar, a toda a hora, que os anos vão passando e continuamos com uma
legislação insuficiente, uma justiça injusta onde nos permitimos a ter juízes como
Neto de Moura que dá a mão e a razão aos agressores ao invés de defender as
vítimas, um país onde a lei é fraca e insuficiente.
E mais não digo, porque nada mais vale a pena dizer.
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