Perder um animal de estimação

Já alguma vez passou pela perda de um animal de estimação?

Nós já.

Perdemos parte de nós.

Hoje, já lá vão 9 anos, ainda sentimos muito amor no coração, todos os dias, nos mais ínfimos pormenores, nos recordamos dos nossos cães, a Paky e do Indy, os nossos fiéis amigos de 4 patas, com quem passámos alguns dos melhores tempos das nossas vidas e que nos acompanharam sempre, dia a dia, nos piores dias.

Nos momentos mais difíceis os animais de estimação sejam cães, gatos, pássaros ou outros são de uma dedicação e amizade incondicionais e que nos ajudam a suportar as fases de vida menos positivas.

Eles estão sempre lá, carinhosos, companheiros, independentemente de tudo.

Os cães são enormes aliados dos donos que têm problemas de saúde mental.

Aqui em casa já tivemos cães, pássaros, tartarugas, gatos e peixes e com todos eles conseguimos estabelecer grandes relações de confiança.

Hoje falo-vos especialmente dos nossos cães que nos ajudaram nas fases menos positivas da nossa vida, eram o nosso porto seguro.

Oferecíamos mutuamente tudo aquilo que pais e filhos trocam, amor, confiança e conforto.         
Sobre estes animais especiais foram feitos alguns estudos de comportamento que indicam que os cães se comportam com os donos como se fossem crianças.

Todos sabemos que a idade do cão é diferente da idade dos humanos, mas o que é um facto é que não nos preparamos para partilhar a nossa vida apenas numa pequena parte. Em regra, partem antes de nós e aí o sentimento de ausência é indescritível.

Quando perdemos os nossos cães não perdemos apenas e tão só os nossos animais de estimação, aqui em casa partiram com um ano de diferença e isso fez toda a diferença nas nossas vidas.

A alteração das nossas rotinas diárias é uma realidade, muitas vezes, no início, chamávamos por cada um deles e quando não vinham percebíamos que já cá não estavam.

A pior coisa que nos podem fazer é dizer “era apenas um animal de guarda”, sentimos que não compreendem a nossa dor. Quem tem cães sabe que um animal de estimação é muito mais do que um animal de guarda, torna-se, sem dúvida, um membro da família, como todos os outros.

A sociedade está habituada a que façamos luto pelos humanos, mas não compreende que o façamos pelos nossos animais de estimação. Há muitas depressões, que carecem de tratamento, que são oriundas do luto pelos nossos cães.

Esse é um sentimento reciproco. Quantas vezes vimos animais de estimação junto ao leito dos donos ou a repousar junto à sua última morada, eles também sofrem e muito.

Como já vos disse chamámos, muitas vezes pelos nossos cães, também abrimos muitas vezes a porta de casa à espera que nos viessem receber, para quem os perde a vida, inicialmente, é muito difícil, depois começamos a habituar-nos, mas, no nosso caso, todos os dias nos lembramos deles e do seu amor incondicional.

Sentimos falta da nossa sombra, sim porque os cães são a sombra dos seus donos, uma espécie de escudo de proteção.

No nosso caso já pensámos diversas vezes arranjar um novo amigo cá para casa, mas depois vêm as amargas lembranças da dor e depressa colocamos de lado essa decisão, não conseguimos sofrer novamente o que sofremos.

Os nossos bons aliados, neste luto, são os amigos que passaram pela mesma situação. Uma das coisas que devemos fazer é não ter pressa de esquecer, porque quem ama não esquece, esses sentimentos são verdadeiros e o caminho não é por aí.

Hoje dedico este texto ao Indy, um lindo cão preto e branco, cocker arraçado de perdigueiro alemão, um magnífico cão de guarda e à Paky uma doce e elegante galga afegã tricolor muito bela.