segunda-feira, 18 de maio de 2009

ESCUTA…



É comum na nossa sociedade existirem pessoas que aparentam uma calma surdez que vai minando a comunicação saudável.

Ignorando por completo a opinião de terceiros agem como se, a vida, de um monólogo se tratasse, não dando azo a uma comunicação salutar, a um diálogo claro, ou a uma discussão frutífera.

O seu comportamento social não vai muito além do individualismo da monarquia absoluta das ideias.

Aqui ficam completamente destruídas, de uma forma indiferente, as paredes sólidas da escuta activa e da comunicação.

Em todas as empresas, em geral, existem pessoas com estas características nos mais diversos cargos, exercendo o poder com um egocentrismo avassalador, que não permite a boa partilha de ideias e desenvolvimento conjunto de projectos geradores de mais-valias.

Quando pensamos no conceito de ouvir surgem-nos logo ideias de como escutar simplesmente, compreender a mensagem que nos é transmitida, aprofundar, assimilar, entender melhor a linguagem não verbalizada e que lhe está conexa, como por exemplo as atitudes, a linguagem gestual, as cores, os olfactos…e até o próprio silêncio.
Todos estes parâmetros estão correlacionados com a comunicação como linguagem imprescindível à sociedade e à condição humana.
De facto a comunicação activa obriga a colocarmo-nos no lugar do outro interlocutor e compreendermos o significado das palavras proferidas, dos gestos, dos olhares, dos olfactos, dos sabores…enfim do conhecimento, da visão e dos valores que norteiam essa pessoa.
Colocarmo-nos numa posição de surdez egocêntrica significa que enfrentamos o mundo no pedestal do poder, de braços cruzados e numa posição de domínio da sabedoria total.
Ouvir é uma arte. Facilita uma melhor compreensão do objectivo do diálogo mas também serve como elemento facilitador de uma maior abertura, para a escuta activa de outras opiniões, sugestões, para limar arestas e contornar os problemas de uma forma mais harmoniosa, para adequar a oferta de mercado aos nossos desejos.
Gerir é obra de artista. De facto no palco da vida não é fácil muitas vezes quebrar a vaidade, amaciar o ego e treinar, treinar muito a capacidade de escuta activa como peça principal do diálogo comunicacional com vista à eficácia da mensagem e á construção de relacionamentos alicerçados no bom entendimento entre as partes.
Estes são os valores que norteiam a construção de uma equipa una e coesa.
Realmente o momento crucial para os começar a implementar é hoje com a convicção que nunca é tarde demais para incrementar melhorias.
O mundo empresarial alimenta-se da gestão de projectos que passam obrigatoriamente por um confronto saudável de ideias, que não deve ser entendido como perda de tempo, mas como um ajuste harmónico entre as necessidades reais e as decisões. Aqui o processo comunicacional torna-se um grande aliado dos gestores.
A escuta activa proporciona a abertura de uma janela de oportunidade para o crescimento quer em termos pessoais, quer em termos profissionais que em termos de socialização.
Temos de estar atentos porque a nossa sociedade está a ficar alheada do futuro que deve ir construindo solidamente.
O dia-a-dia das nossas crianças e jovens está cada vez mais orientado no sentido de se escutarem a si próprias, vivendo muitas vezes uma vida em comunhão com os gadgets que tem ao dispor e num total e completo reduto de solidão, sem se aperceberem que estão a nadar contra a corrente social.
A responsabilidade está nas nossas mãos, temos de arrancar os nossos filhos do quarto, da televisão, do computador e das consolas e levá-los para a rua para conhecerem melhor a interacção humana, para despertarem para a sociedade e para compreenderem e escutarem o sentido da vida, para conhecerem o prazer de dizer “Bom dia” e “Boa tarde” ao próximo.
Se não tomarmos esta medida estamos irremediavelmente a prejudicar os tempos vindouros e a colocar em risco a sustentabilidade das relações sociais.

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